RAZÕES PELAS QUAIS NÃO NOS COMOVEMOS COM AS LÁGRIMAS DE SÉRGIO CABRAL!

Há mais de 10 anos os servidores da UENF vêm seguindo uma árdua rotina onde se tenta demonstrar a necessidade de uma Política Salarial “com letra maiúscula” e valores justos que justifiquem os inúmeros indicadores de sucesso alcançados em pouco tempo de existência. Neste período citado acima, nossos salários foram corroídos e depreciados, e hoje representam uma perda de aproximadamente 85%.

No início deste périplo de negociação, há dois governos atrás, um grupo de docentes composto por pesquisadores jovens e seniores se organizaram, e foram ao encontro dos parlamentares na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Naquela ocasião, alguns líderes de partidos viabilizaram uma reunião dos docentes presentes com o Presidente da ALERJ, que naquela ocasião nada mais era do que o atual Governador do nosso estado. Após vários posicionamentos individuais dos presentes, sensível a causa, o Presidente da ALERJ pegou o telefone vermelho, ligou para o Governador na ocasião e passou então o telefone para que um dos docentes pudesse expor diretamente ao Governador as questões que levavam os servidores e alunos da UENF estarem em uma greve unificada. Pois bem, após esta breve conversa, o Governador informou ao Presidente da ALERJ que negociaria com os servidores e alunos da UENF, mas impondo que estes saíssem de greve.

Ora, isto não foi o resultado que aguardávamos e o Presidente da ALERJ simplesmente manifestou sua opinião dizendo que o Governador não era sensível às questões da educação. O que mudou neste período? Já protocolamos vários documentos pedindo audiência com o Secretário de Ciência e Tecnologia, e com o Ilustríssimo Senhor Governador. Entendemos que uma pessoa pode ocupar diferentes posições, mas mudar antagonicamente seus posicionamentos nos parece uma inconsistência muito forte para aquele que deseja se reeleger para o Governo do estado. Este Governador chegou ao ato extremo de vetar uma emenda parlamentar, no valor de 10 milhões de reais, que havia sido previamente acordada com o executivo e o legislativo segundo a Presidência da Comissão de Educação da ALERJ. O que aconteceu Ilmo. Senhor Governador? Este valor reduziria ou atenuaria nossa corrosão salarial e demonstraria que este governo estaria pronto para iniciar a caminhada para a recomposição salarial dos servidores da UENF.

Entretanto, mais uma vez, fomos frustrados por um ato unilateral do executivo estadual, mas agora tudo recai no discurso da distribuição ou redistribuição dos royalties. Ora, este veto foi realizado antes de qualquer discussão e não poderia ser atribuído aos recursos relativos aos royalties do petróleo. Aliás, este seria um bom momento para o Governador prestar contas da aplicação dos recursos provenientes desta fonte que, inclusive, não representa a maior fonte de arrecadação do Estado do Rio de Janeiro (ERJ). Assim, a soma do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e ITD (Imposto sobre Transmissão e Doação de Bens e Direitos) representa cerca de 85% das finanças do ERJ, e considerando que o ERJ é o estado da união que aplica o menor percentual de sua arrecadação para o pagamento dos servidores públicos, não existe uma justificativa razoável para não abrirmos uma negociação para reposição salarial.

Carlos Eduardo de Rezende é Tesoureiro da ADUENF.

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